Dia dos avós
- Julia Mello
- 26 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Hoje é um dia muito especial, mas a gente quase não comemora: o dia dos avós. Eu cresci vivendo com a minha avó materna. Sou quase filha dela também. Ela é minha única avó, e por mais que não tenha sido sempre assim, eu quase não lembro de momentos na minha vida em que ela não era minha única avó. Meus avós paternos se foram quando eu ainda era muito novinha. Eu mal os conheci e eles morreram. E meu avô materno faleceu quando eu ia fazer 7 anos, se não me engano. Tenho vagas e pouquíssimas memórias dele. Quase como um flash. Tenho algumas fotografias com ele que me ajudam a lembrar sua fisionomia e tem até vídeos de aniversários em que ele aparece. Já meus avós paternos, não tenho foto alguma com eles. Conheço eles através de histórias contadas pelos seus 7 filhos (meu pai e meus tios) e meus primos mais velhos, que sempre sentiram um amor enorme por eles. Dizem que meu avô paterno morreu de saudade da minha avó, um ano depois dela partir. E apesar de não lembrá-lo, acredito que meu lado criativo e artístico, vem dele. Mas hoje eu vim aqui dedicar esse post a minha avó, mãe da minha mãe, minha melhor amiga e parceira. A única da minha vida. A mulher mais guerreira que eu já conheci, mais solidária, mais maravilhosa de todas - minha avó Maria Luíza. Essa mulher tem uma história de vida incrível, com uma mistura de tristeza, força, superação, alegrias, sabedoria e muito amor. E foi essa mulher que ajudou a me criar. Essa mulher que ajudou a tornar parte do que eu sou hoje. Minha avó perdeu sua mãe com um ano e meio de idade. Ela e o irmão foram criados um período pelo pai e pela madrasta. Mas, quando ela tinha 5 anos, essa madrasta deixou-a "tomando conta" do leite no fogo... e a fervura desse leite resultou em uma queimadura de grande parte do corpinho daquela criança de 5 anos. Foram anos de recuperação, não sei quantas cirurgias plásticas e muito amor e cuidados das tias paternas.
Ela começou a trabalhar cedo e também conheceu meu avô cedo. Ela diz que os pais do meu avô foram como pais para ela também. Cuidavam dela como filha.
Minha mãe veio em uma gestação que não poderia ter acontecido. Os médicos diziam que minha avó não deveria ter filhos, por que ela não tinha elasticidade na pele para que a barriga crescesse. Porém, Deus mandou um bebê logo na lua de mel.
Eu não posso falar pela minha mãe para dizer como foi o papel dela de mãe. Eu sempre morei com as duas e eu sei que uma sempre esteve ao lado da outra, nos momentos bons e, principalmente, nos ruins. Acredito que ela é uma avó ainda melhor do que mãe. Me faltam palavras para descrevê-la.
Ela consegue exercer vários papéis sendo uma única pessoa. Motorista, cozinheira, dona de casa, cuidadora, costureira, conselheira e por ai vai. Eu acho que a função mais maravilhosa que ela exerce de melhor na vida, é a de vó. Ela nasceu para ser minha avó e eu nasci para ser neta dela.
Eu sou só dela. E ela foi só minha por muitos anos, mas agora eu divido-a com a minha irmã mais nova. haha
Enfim, todos os dias eu falo para ela que a amo. E a vejo se emocionar dizendo o quanto me ama e me quer bem. É um amor que não cabe dentro do peito.
Feliz dia para ela e para todos os avós que, assim como ela, amam incondicionalmente!
Abaixo, fotos com meus avós maternos.



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